quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A mão que afaga também belisca

“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”.
Eça de Queiróz

Há momentos em que a crítica se faz necessária e outros em que os elogios e os afagos são o reconhecimento de que o trabalho foi bem feito.
Várias vezes durante esse ano, critiquei, cobrei e exigi em nome de muitos curitibanos, que providências fossem tomadas com relação a Câmara Municipal de Curitiba.
Por  Elieuton Francis Mayer
Falamos sobre a questão dos radares, Urbs, viagens e hoje voltamos ao tema dos gastos com publicidade.
Dizem que em certas coisas quanto mais se mexe, mais fede.
Foi o que ocorreu no legislativo.
Parece uma onda. Uma onda boa que nasce lá longe e vem carregando todas as porcarias para a margem, para a beira da praia e é lá que deve morrer.
Estamos aprendendo a não jogar prá baixo do tapete as sujeiras. Estamos colocando tudo dentro de um saco e o fim desse saco imundo não deve ser reciclável e desaparecer por completo, deixando a marca de limpeza e o ar respirável.
Digo tudo isso porque eu avisei há pouco mais de um mês que essa história de gastar mais de R$ 30 milhões em propaganda estava errada. Tentou-se uma série de medidas para coibir a ação do presidente da Câmara João Cláudio Derosso que junto com sua esposa estão envolvidos até o pescoço nesse caso.
Só não entendi o porque do todo poderoso vereador ter sumido. Ele não comparece as sessões, não fala com a imprensa e quando o faz, seleciona o veículo. Será que ele espera que mais uma vez a grande mídia vai se calar?
Tenho alguns questionamentos a fazer e que sirvam aos vereadores quando do pronunciamento do presidente na CPI proposta pela oposição, mais precisamente pelo vereador Algaci Túlio que cumpre o seu papel que é o de fiscalizar os atos da casa e defender o povo da gula poderosa de alguns políticos.
Se houve ilegalidade é preciso punição. Mas se não houve e se o vereador Derosso fala a verdade, o telhado dele quebrou e dificilmente será reconstruído sem trincas. Ou seja é uma carreira política abalada e que não será como a Fênix a renascer das cinzas.
É preciso saber do presidente quanto recurso da Câmara foi liberado? Quem recebeu os recursos, quais os veículos. Isso é prioritário.
Saber também se entre os veículos existe algum funcionário mesmo que comissionado da Câmara e se houver demiti-lo sumariamente, ainda que o tal seja um colunista de jornal ou comentarista em rádio.
Quais os critérios foram utilizados para liberação de recursos? Foi levado em conta a potência das rádios, audiência, tiragem de jornais?
E por fim exigir um mapa de mídia, comprovante de veiculação, relação de textos e áudios se for o caso do material veiculado, cópia de notas fiscais e do contrato social das empresas beneficiadas com recursos.
É o mínimo a se fazer.
O curitibano tem pressa e precisa de respostas.
Como disse no começo existem as críticas mas também os afagos. É elogiável o posicionamento de 36 vereadores que apóiam a CPI, eles só precisam saber que a Comissão não será aceita pela sociedade se for formada por membros ligados ao governo municipal.
Tem que ser comandada pela oposição para demonstrar no mínimo transparência.
Parabéns aos vereadores que deram o sim para a investigação e um puxão na orelha daqueles que tentam encobrir esse mar de lama.
Sugiro ao parlamentares que verifiquem também os contratos de coleta de lixo, locação de veículos, concessões de linhas de ônibus, de instalação de radares, etc, etc.
Vamos moralizar por completo e não podemos esquecer do nome dos que fazem do serviço público uma verdadeira privada, para relacioná-los na lista negra no momento da votação.

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